por Cristina
No ano de 2003 um novo guri havia entrado no colégio Champagnat, seu nome na época, eu não sabia. Só havia reparado que um guri de cabelos até o ombro estava a andar com meus amigos. No ano de 2004 esse rapaz entra para minha turma, 233, e sentava mais pro “fundão”, como eu, porém do outro lado. Por sentar no fundão pensei: “deve ser bem ‘maluquete’ como nós”. Porém na primeira semana de aula já havia percebido que aquilo não era fato, pois ele era muito quieto e muito organizado – seu caderno era mais organizado que o meu. Próximo ao meu aniversário, 12/03, um grande amigo nosso, Artur, pediu para que o Nunes fosse ao meu aniversário (descobri o seu nome). Eu aceitei, então naquele dia quente mas, pela primeira vez na historia dos meus aniversários, nublado, ficamos a comemorar meu aniversário. Por tradição sempre subíamos o morro da Glória para ver a vista do Guaíba, porém naquele aniversário não pudemos, e o Guilherme ficou a reclamar que era o único que ainda não havia subido “o morro da Tininha”.
No mesmo ano, fomos a Laguna/SC fazer um projeto interdisciplinar, em que ficamos no mesmo grupo. Após muitos dias de trabalho e pesquisa, no feriadão de 02/11 fomos pra casa da nossa amiga Cindy ver filmes e lá começou umas brincadeirinhas fora dos nossos hábitos. Após, fomos todos pra casa do Hernandez, quando ficamos pela primeira vez.
Começamos a ficar somente quando havia ocasiões de encontro de todo mundo, até que após a formatura, quando viajei com minhas primas (janeiro/2005), começaram os telefonemas, que fizeram minha conta de celular explodir (maldito seja o deslocamento de ligação). Após a volta da viagem e término do vestibular, continuamos a ficar, ainda mais que estávamos na mesma praia do Pinhal (...e agora o Pinhal, não tem mais a gente lá...). Sempre com a visita dos nossos estimados ex-colegas do Champagnat, estávamos a fazer muita festa e muita comilança – já que o Gui é um cozinheiro de mão cheia. E foi no carnaval que eu soube dos seus verdadeiros sentimentos, mas antes que falem, só pra constatar que ele não estava bêbado, pois ele não bebia nada na época! Em março daquele ano, ele me pede em namoro, após uma conversa de como ficaríamos daquele momento em diante, já que ambos tínhamos começado a faculdade, trabalho, literalmente uma vida nova.
Vida que foi feliz o tempo todo, mesmo com todas as diferenças e muitas brigas. Mas como toda cicatriz está ali para nos lembrar de quanto dói um machucado e como ficamos mais fortes e precavidos por passar por aquilo. Aqui estamos, felizes. Prova disso foi a compra de nosso apartamento em 2009, e em 12 de junho, do mesmo ano, um pedido inesperado de casamento. Momento em que lagrimas de alegria desciam pelo meu rosto junto com toda maquiagem a me desfigurar. Neste momento em que percebi o quanto era amada, pois mesmo acordando horrorosa, ou ficando inchada por chorar num filme mamão com açúcar, ele continuou comigo e continua até hoje.
Agora... bem, é só esperar, esperar que o futuro venha, e que com ele mais dias felizes e cheios de amor nos embalem nessa rede da saudade tecida por laços tão fortes feitos por nossos pais e amigos, que juntos, balançamos para um novo ver da vida.